23 de abr. de 2012

living in fear in the year of the tiger.

(cristalizei diante de tanto espaço em branco.)

modus operandi: andando com garrafinha de shampoo verde infantil da johnsons & johnsons na bolsa para dar uma cheiradinha e ver se limpa o ambiente mental que anda mais cagado que o galhineiro do barraquinho mais pobre de toda beira linha.

ia dizer que acho impressionante a minha capacidade de ir para o fundo do poço e continuar cavando com esmero, mas estaria mentido, pois faz muito tempo (aliás, não sei nem se houve, de fato, esse tempo) que nada mais me impressiona.

do total de pessoas que conviviam ao meu redor tenho hoje três, que chamaremos de b., r. e t., os quais prezo mais que tudo. e que coisa! estou aqui espantando todos eles quase que simultaneamente com essa depressão que me faz sair correndo para debaixo das cobertas sem maiores explicações, deixando pessoas que precisam de mim em uma situação cagada.

gostaria, honestamente, que isso passasse logo, antes que eu vá de fato morar numa sibéria em pleno rio de janeiro. aí é que tá: eu disse que gostaria, notaram? eu gostaria de tantas coisas, mas não faço nada para que elas sejam reais. no fim das contas acho que, no fundo, estou (bondade dizer que estou, nesses casos que o verbo to be é uma benção) num estado zumbinesco de tanto faz.

vocês sabem que vamos todos morrer? sabem, não é? pois é, eu lembro disso todos os dias (mais durante as madrugadas, em que acordo sabendo exatamente como é morrer e não tendo nada a fazer a respeito disso.) e sabe? que que eu tô fazendo com a minha vida? me matando em um emprego no qual nem férias eu posso tirar? me matando para ter uma graduação, para O QUÊ mesmo? me matando ao passar duas horas e quarenta para chegar em casa ao fim do dia e ter aquela sensação de vazio e ainda tomar porradelas de um gato #chatiado com o banheirinho sujo?

nós vamos todos morrer (e vai ser horrível, sim.) e eu não tenho feito nada além de me imbecilizar e me suicidar pouco a pouco, esquecendo toda a possível beleza que a vida pode ter por questões socio-econômicas. me matando aos poucos para fazer parte de um gráfico com cores fluorescentes no excel de alguma insituição babaca.

não quero mais morrer. não enquanto estiver viva.

3 comentários:

  1. viver é foda, morrer é difícil.

    se o estado é zumbinesco, talvez seja hora de promover um ataque zumbi. sair do lugar-comum e etc.

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  2. pois é, me pergunto para onde. às vezes até vislumbro, mas sempre aquela coisa que parece a letra de "fitter happier" do radiohead, totalmente automatizada e se encaixando no padrão de normalidade.

    difícil fazer qualquer coisa que a gente não sabe o que é. só tentando, acho que é isso que me falta: saber o que tentar.

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  3. menos "nós vamos todos morrer e vai ser horrível", mais "i couldn't care less".

    si?

    acho digno & necessário nesse momento da existência.

    :*

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