29 de jan. de 2012

com o sakamoto no cantinho do quarto

aquello que hay en mí, que no soy yo, y que busco.
aquello que hay en mí, y que a veces pienso que
también soy yo, y no encuentro.
aquello que aparece porque sí, brilla un instante y luego
se va por años
y años.
aquello que yo también olvido.
aquello
próximo al amor, que no es exactamente amor;
que podría confundrise con la libertad,
con la verdad
con la absoluta identidad del ser
- y que no puede, sin embargo, ser contenido en palabras
pensado en conceptos
no puede ser siquiera recordado como es.
es lo que es, y no es mío, y a veces está en mí
(muy pocas veces); y cuando está,
se acuerda de sí mismo
lo recuerdo y lo pienso y lo conozco.
es inútil buscarlo; cuanto más se le busca
más remoto parece, más se esconde.
es preciso olvidarlo por completo,
llegar casi al suicidio
(porque sin ello la vida no vale)
(porque los que no conocieron aquello creen que la
[vida no vale)
(por eso el mundo rechina cuando gira).

este es mi mal, y mi razón de ser.

(mario levrero, in el discurso vacío)

25 de jan. de 2012

janeiro, o mês oficial do voodoo fisiológico.

enfim, voodoos a parte, fico aqui ouvindo with tired eyes, tired minds, tired souls, we slept e pensando em quão errada está a vibe da vida e de como eu não tenho a menor idéia de como mudar isso. como se muda uma sensação? fico aqui pensando onde foi parar aquela pessoa que eu era, que, apesar de tudo, ainda conseguia fazer muita graça da situação. não sei, talvez seja o envelhecimento, a quantidade de porradas, sei lá, só sei que aprendi que quem ri demais de si mesmo não leva a vida no bom humor: é apenas mais um otário que faz piadinhas para a vida enquanto ela te curra em plena presidente vargas.

preciso elaborar um arsenal e atacar, só que não sei do que esse arsenal é feito, nem onde encontrá-lo ou se é necessário fabricá-lo - tudo que sei é que não aguento mais pensar nessas coisas enquanto sinto a vida me rasgando por dentro -.

às vezes eu tô sentadinha no ônibus e fico com a clara sensação de que eu quase sei qual é o comportamento adequado perante às situações da vida, mas é como um miope querendo enxergar o ônibus que vem lá longe e quando vê já deixou ele passar.

essa eterna sensação de quase é algo que mata tão lentamente uma pessoa que não sei nem dizer.

23 de jan. de 2012

tudo em volta está deserto

algumas coisas me levam a crer que só existe o teletransporte para o mau: estou no trabalho e nem sei como vim parar aqui.

como se não bastasse a dislexia usual com as coisas que devem ser feitas (dislexia é bondade minha para comigo, ok? vagabundagem deve ser o nome correto.), desde ontem me encontro em um estado suspenso provocado por uma inflamação na garganta que se alastrou para os ouvidos na manhã de hoje e faz parece que está tudo tão certo como dois e dois são cinco.

precisava refletir sobre coisas muito sérias e ponderar e planejar e elaborar & infinitos verbos no infinitivo, mas não vai rolar, não tenho forças.

7 de jan. de 2012

don't try to be on time, don't try to run after time

deixa eu registrar aqui antes que eu mesma me esqueça: não adianta correr atrás de tempo perdido. o que está perdido, é óbvio, está perdido. compensar coisas nunca dá certo, em nenhum campo. esquece, vira página, tente outra vez sem pensar que ainda está insistindo em algo velho: qualquer coisa, mas não vá correr atrás de tempo perdido.

5 de jan. de 2012

pensei que era häagen-daz mas era feijão azedo

TEMPO!, gritaria o treinador da minha seleção de arremessos ao alvo sem centro no atual momento da partida.

calendário atrás de calendário e é sempre a mesma coisa. assim, a mesma coisa mesmo. dá até preguiça de elaborar, foi até por isso que parei de vir a público & blá blá bla.
que dia foi esse? elaborei toda uma cólica bizarra (materialização de pensamentos negativos: a gente vê por aqui.) para poder ficar em casa e arrumar uma parte de coisas que venho postergando há, cof cof, uns dois anos e meio. 
bom, são oito da noite e você fez alguma coisa? ah tá. enfim, que papo tedioso.

só queria desabafar de alguma maneira que: eu travei no faxinão que eu estava dando na tal coisa postergada porque uma pessoa que não sou eu quebrou uma maldita xícara importada que custa basicamente duzentas dilmas um par e não vende no brasil. mas veja, você notou a parte que eu disse que não fui eu quem quebrei? pois é, né? enfim, eu sou doente, sim, mas o problema maior é que convivo com pessoas ainda mais doentes do que eu: terei que falar que pessoa x quebrou a xícara caríssima e obviamente a culpa será de quem? e sabe o que eu faço para conviver isso na minha mente? me penalizo, rolo num limbo imaginário elaborando grosserias e cuspes na cara e não faço mais o que estava fazendo, passando dias e dias num delírio inenarrável por uma coisa que eu simplesmente deveria pensar "ih, fulana se fodeu".

essa pequena demonstração obscura e minimamente desenvolvida de uma parcela quase ínfima do que se passa na minha cabeça durante as ações mais banais que qualquer ser humano sensato realiza de maneira automática diz tanto sobre mim que eu não gosto nem de pensar em quantas árvores serão sacrificadas e penalizadas com metáforas pobres sobre o assunto.

enfim, voltei aqui por um motivo ecológico, este é um blog verde: despejo babaquice on line pare evitar gasto de celulose com paranoias delirantes. 
não, claro que não. só gostaria de compartilhar alguma coisa para não enlouquecer e passar o resto dos dias na fila no inps.